Análise gamer para gamer – A Plague tale: Requiem

Este é o segundo jogo desenvolvido pela Asobo Studio após o sucesso de A Plague Tale: Innocence, onde fomos apresentados aos personagens Amicia e Hugo em sua batalha contra uma praga de ratos e seres humanos que queriam utilizar os poderes especiais de Hugo, na tentativa de conquistar o “mundo”.

Amicia e Hugo, junto de sua mãe e Lucas (personagens que apareceram no primeiro jogo e que voltam agora na continuação) começam o game juntos, aparentemente está tudo bem entre os personagens, que estão em busca de um lugar seguro a fim de tentarem ter uma vida normal, após os eventos do primeiro jogo.

Porem essa paz que mostrada inicialmente, acaba rapidamente ao descobrirem que a praga, que é protagonizada por ratos (que não são comuns), está novamente ameaçando a paz dos protagonistas e os seres humanos que vivem na região.

A história aqui é muito competente, pois é sempre passada a ideia de que quando algo está bom, é sinal que vai dar algum problema, e você sente isso em todas as áreas onde Amicia e Hugo começam a se sentir seguro e felizes, o que causa uma tensão fazendo com que você fiquei preso aos acontecimentos do game (que não são poucos) levando a uma montanha russa de emoções.

 

UM JOGO MAIOR E MELHOR


FONTE: PSBRPLAY

Diferente do primeiro game, que era muito bonito visualmente, graças em parte ao talento da pequena equipe que utilizou a Unreal Engne 4, e que sofreu de limitações como animações um pouco travadas e falta de mecânicas melhores e mais robustas durante a jogabilidade (principalmente variedade durante os combates), a continuação mantem a mesma formula, onde quase tudo foi reutilizado, porem tudo foi melhorado.

Dessa vez Amicia consegue executar um combate de forma menos travada (ainda precisa melhorar), é possível usar mais itens contra os inimigos e até mesmo apunhala-los, caso possua a arma para isso (que é perdida após o uso, necessitando encontrar outro), não espere por batalhas de espadas com a protoganista, pois o foco do jogo é justamente passar a fragilidade e ao mesmo tempo, a evolução da mulher que faz de tudo para ajudar o irmão.

Embora a jogabilidade esteja aprimorada, ainda é o mesmo jogo, com quase as mesmas habilidades que foram utilizadas anteriormente, porem evoluídas e agora com algumas novidades como uma besta, que mata os inimigos humanos com apenas um tiro (se acertar em partes desprotegidas do corpo). Ainda é um combate travado, mas melhor que o primeiro.

A sensação que tive é que tudo foi pensando maior, melhor e mais complexo, já não parece um jogo indie, embora ainda não seja um Triple A (jogo de grande orçamento) é quase como se fosse, é uma aula para os estúdios grandes que se dizem melhores e maiores, e as vezes lançam jogos mal feitos, mal otimizados e cheios de bugs. Aprendam, talento as vezes é melhor que um orçamento robusto.

 

LINDOS GRÁFICOS E UMA AMBIENTAÇÃO INCRÍVEL

Os gráficos desse jogo estão impecáveis. Se você possui um console de nova geração ou um PC com uma boa configuração, ficará maravilhado em como a Asobo conseguiu criar esse mundo de uma forma quase perfeita. Os campos, os castelos, o mar, a enorme quantidade de ratos (que sofreram um aumento drástico na quantidade) são tudo muito bem feitos e colocados de maneira primorosa graças ao ótimo level design e variedade de cenários. É um jogo indie, porem o aprimoramento caprichado e cuidado em relação ao anterior, é muito maior, o que faz com que você realmente acredite que está jogando um triple A.

FONTE: PSBRPLAY

Ainda é um jogo linear, porem algumas partes são mais abertas e cheias de pequenas coisas para explorar, e cada canto é bonito, com ótimas texturas e efeitos climáticos variados, como a chuva, são de cair o queixo, é um jogo de nova geração, e tenta fazer uso das novas ferramentas, o que aumenta e muito, a imersão sentida, principalmente durante partes onde as imensas ordas de ratos, chegam destruindo tudo, é incrível de verdade. Existe alguns problemas de queda de FPS, princialmente quando se tem muitos NPCs juntos, mas nada que atrapalhe a experiência.

As dublagens (todas em inglês) estão excelentes, Amicia continua sendo o grande destaque, aqui a personagem brilha com uma interpretação e voz fantásticas. Embora algumas cenas as expressões faciais não sejam tão naturais (precisa melhorar ainda), graças a essa trabalho de voz feito, tudo é muito bem “sentido” durante os momentos alegres e de tensão. É um show a parte.

 

CONCLUSÃO

A Plague Tale: Requiem é um jogo muito divertido, tem algumas falhas, afinal quase nenhum jogo é perfeito (ou talvez nenhum) mas ele te prende ao longo de mais ou menos 20 horas de jogo, com uma boa dificuldade mesmo no nível normal, ótimos quebra-cabeças e uma história que vai te prender do começo ao fim.

Talvez esse tenha sido um dos jogos mais tristes que eu joguei. Eu tive a sensação de estar assistindo e jogando Game of Thrones e suas “reviravoltas”. Os personagens sofrem muito, e é tudo feito com tamanha realidade, que no final eu estava triste a ponto de me emocionar ( e poucos jogos conseguiram isso) através de uma conclusão correta porem dolorosa.

Realmente A Plague Tale: Requiem mereceu concorrer na categoria de melhor jogo do ano, e fico muito contente quando vejo jogos assim, capazes de fazer você sentir, se expressando como uma forma de arte. É um jogo muito bom que conseguiu me prender do começo ao fim e que recomendo as pessoas que puderem de jogar.


FONTE: PSBRPLAY

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