Joguei ou Dropei? Dragon’s Dogma II. Você Deveria dar uma chance?

Não é segredo para ninguém que sou fã do universo Dragon’s Dogma, estando na lista de preferidos. Mas vou tirar meu gosto pessoal de lado, para trazer uma análise sem spoilers e sincera, pontuando os pontos bons e de melhoria, para que possam ter uma noção.
Já começo esclarecendo algumas coisas…

Sei que muitos perguntam: “Ele é similar a qual jogo, para ter uma base se vou gostar ou não?” E já respondo com prontidão: A nada, pois Dragon’s tem seu próprio universo e fluxo. É um RPG de ação, em terceira pessoa, que se passa em uma época medieval, mas fantasiosa, sem qualquer conexão com a história real do nosso mundo.
Também perguntam bastante sobre as microtransações, e muitos estão replicando notícias falsas. Dou minha palavra de hobbit, você consegue tudo dentro do jogo, e de forma muito mais fácil que no primeiro. Que fique claro que não concordo com a prática, mas tem outros jogos da Capcom que oferecem este “serviço”, como Resident e Devil por exemplo, que é destinado a quem quer facilitar muito as coisas, sem ter que explorar ou fazer missões no jogo para ter.
Esclarecido estes pontos, vamos a análise, que já vou começar nos pontos a melhorar para fazer diferente.

O primeiro item da lista é a otimização. Foi um erro bem grande da Capcom não inserir o modo Desempenho e Qualidade, pois acaba oscilando as vezes, principalmente dentro das cidades, por serem mais densas. Por incrível que pareça, nos consoles está menos pontual que no PC, que tem quedas muito mais drásticas. Particularmente, não está tão ruim a ponto de não conseguir jogar ou atrapalhar a experiência, e friso que vários lançamentos de peso como Baldur’s Gate III sofreram do mesmo problema, mas, para quem se importa muito, pode ser uma pedra no sapato. É fato que em questão de otimização no lançamento de jogos hoje em dia mal salva um.Também não há opção de escolha de dificuldade até o momento, como tinha no primeiro, e não tem como ter vários personagens, ou vários saves, salvando automático. Há a opção de voltar para a última pousada que dormiu se quiser, mas seria interessante terem deixado esta parte mais moderna, para que o jogador optasse. Não é algo que me incomoda, mas sei que para muitos desanima.

Sobre as expressões faciais e sincronização da boca, poderiam ter caprichado mais. Dá para perceber que elas existem, mas as vezes não condiz com o que o personagem fala, e, no caso do que se fala, dá para perceber que a boca só abre e fecha, sem ter uma sincronia de fato com o que é dito, quando tentamos ler os lábios por exemplo.

Sobre os sets, as capas eram melhores no primeiro. No 2, algumas curtas que envolvem mais o pescoço e ombro, parecem ser de um “tamanho único”, não encaixando direito no corpo do personagem. Também parece não ter movimentação, são feias de doer. As longas melhoram um pouco, mas nada como no primeiro jogo. As demais partes do set estão bem bonitas, com texturas, sendo um avanço em relação ao primeiro.

Os gráficos tem belas paisagens, e as estruturas das grandes cidades estão bem desenhadas. Mas não é de nova geração, principalmente o mundo aberto. Poderia comparar essa parte estética a Elden Ring em seu lançamento principalmente.

Sobre os pawns, se você não usar o dos amiguinhos, podem cometer algumas coisas drásticas, mas engraçadas. As vezes não conseguem subir ou descer de pilares, ai ficam andando desesperados para lá e para cá sem conseguir te seguir, ou pulam nos abismos… Será uma crise existencial? Talvez, mas é o tipo de coisa que me fez rir bastante, principalmente porque eles demonstram vergonha e falam coisas do tipo: “Me desculpe mestre, sei que estou sendo um fardo para você”.
Agora vamos aos pontos positivos:

Sistema de pawns

Assim como no primeiro, este é o maior destaque deste universo, e agora brilha ainda mais. Apesar do que relatei nos pontos a melhorar, que com certeza logo resolvem, eles tem novas falas, estão mais inteligentes, e as conversas entre os pawns são muito boas de ouvir, já dei muitas risadas. Até te segurar se você tiver em um lugar elevado e eles embaixo o fazem – Obviamente que tem que ser um pawn com força para tal. Estão muito mais intuitivos, e ajudam em dobro seu personagem principal.

Jogabilidade

Simples, mas muito divertida e dinâmica. O mais bacana, assim como no primeiro, é a possibilidade de trocar de classe sempre que desejar, tendo novidades. Os efeitos de magia são um show a parte, assim como a tensão do arco, dá para sentir o “peso”.A dificuldade vai se acentuando, conforme avança no jogo, o que dá tempo de se adaptar bem.

Exploração, guia de missões e afins

Está muito gostosa e densa! No primeiro, as vezes andávamos bastante sem muitas novidades, e de forma reta, mas acertaram muito no 2, pois instiga a curiosidade. Até acampar e fazer comidas é prazeroso, e as imagens do preparo são reais, dá até fome!
Repentinamente, tem NPCs que vem até você, mas tem missões que se descobre ouvindo conversas aleatórias, lendo algo que deixaram escrito em algum lugar ou cartazes em lugares que só os mais atentos vão ver. Se for alguém curioso, como eu, vai passar horas só fazendo isso. E o melhor, os NPCs atrelados a quests param para te esperar, ou vão atrás de você, mesmo mudando o percurso. No primeiro tinha hora que dava vontade de joga-los de um precipício, pois corriam na frente, morrendo com facilidade.

Para quem quer ir direto para as missões, sem muita perda de tempo, é só usar os pawns, principalmente o dos amiguinhos que já tenham feito as missões, pois te guiam de forma natural para os pontos que tem que ir, conversando que aprendeu isso em outros mundos, dentre outras coisas, ficando muito divertido! É infinitamente melhor que pontos fixos no mapa. Se tiver baús, cavernas ou algo assim pelo caminho, os pawns que souberem disso vão sugerir para fazer um breve desvio se quiser, cabe a você aceitar ou não.
Os NPCs, em especial nas cidades, tem rotinas, há sistema de dia e noite, o que pode mudar a localização deles, deixando algo vivo e natural, potencializando e muito o que tinha no primeiro.

Enredo:

A história de forma geral é interessante, tem motivação, as quests secundárias são divertidas, mas não é o ponto forte do jogo, tal como acontece em The Witcher por exemplo. Sendo assim, não cabe comparativos, pois, como falei lá em cima, Dragon’s Dogma é único. E fiquem tranquilos que também não é nível Ubisoft da vida, é muito superior. Falarei mais sobre ela quando terminar, com maior riqueza de detalhes.

Conclusão

Depois de tudo o que falei aqui, vale a pena?
Sim, principalmente se você é fã como eu, pois está a altura do primeiro e se sobressai, permitindo inserir novas pessoas a este universo, já que não é uma continuação direta.

Com certeza não dropei, não paro de jogar desde o lançamento, e quero explorar muito mais!
Deixaria como dica a quem ainda não comprou esperar otimizar melhor, principalmente aqueles que se incomodam demais com estas coisas, para não ter sua experiência comprometida.

*Todas as imagens foram tiradas no jogo por mim, e uma de um amigo.

Autor: Erika Bolseiro

Edição: PSBRPLAY